quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Alfabetização e Letramento

imagem extraída de: contatonalua.blogspot.com
Por: Rosiane Castro 

“No Brasil ainda existem muitas crianças que chegam ao último ano do ensino básico e ainda não sabem ler...”
A alfabetização é o processo pelo qual o indivíduo adquire o domínio do código da escrita. Letramento é o desenvolvimento da capacidade de escrever, ler, interpretar para atingir diferentes objetivos, ou seja o uso com autonomia da linguagem e escrita.
No Brasil ainda existem muitas crianças que chegam ao ultimo ano do ensino básico e ainda não sabem ler. Esse fato é constatado através de uma pesquisa feita pelo jornal Fantástico em 27 capitais brasileiras onde a maioria dos alunos não compreendeu nada ou compreenderam apenas frases simples de perguntas de raciocínio. São dados extremamente alarmantes para a sociedade.
Hoje as crianças não aprendem mais por meio de sistematização (B+A=BA), mas de forma prática, porque ser alfabetizado e letrado é uma forma de sobreviver em sociedade, podemos chamar de conquista da cidadania.
Conforme a autora Magda B. Soares afirma, houve uma mudança na maneira de considerar o significado do acesso à leitura e à escrita em nosso país, um fato que sinaliza bem essa mudança é a alteração do critério utilizado pelo Censo para verificar o número de analfabetos e de alfabetizados. Durante muito tempo, considerava-se analfabeto o indivíduo incapaz de escrever o próprio nome, nas últimas décadas é a resposta à pergunta “sabe ler e escrever um bilhete simples?” que define se o indivíduo é analfabeto ou alfabetizado. Da verificação de apenas habilidade de codificar o próprio nome, passou-se à verificação da capacidade de usar a leitura e a escrita para uma prática social ( ler ou escrever um “bilhete simples”). Mais que a verificação da presença da habilidade de codificar em língua escrita, isto é, já se evidencia a tentativa de avaliação do nível de letramento, e não apenas a avaliação da presença ou ausência do ler e escrever.
Antigamente um analfabeto bastava entender o que lhe diziam por meio de frases curtas e claras, onde assim (de certa maneira) conseguia viver em sociedade. Já na atualidade com as novas tecnologias um analfabeto não possui uma vida totalmente social, ele depende de alguém para fazer coisas simples como, por exemplo, pagar uma conta em caixa eletrônico. Outro exemplo são as empresas que contratam apenas profissionais que enviem seus currículos através de e-mail ou pelo próprio site da empresa. Durante a contratação ainda é solicitado que os candidatos façam provas escritas e orais, para que desta forma avaliem sua dicção e seus conhecimentos de mundo.
Segundo a educadora Vera Masagão, ao evidenciar que não é a aprendizagem da linguagem escrita em si que transforma a pessoa, mas sim os usos que elas fazem desse instrumento, os estudos sobre o letramento abrem novas perspectivas para a reflexão crítica sobre o papel da escola e também para o desenvolvimento de práticas pedagógicas que respondam com mais eficiência as demandas sociais relativas ao letramento.
Pode se citar então que  uma prática pedagógica a ser seguida desde a pré-escola por exemplo, é a utilização da escrita em sala, correspondendo às formas pelas quais é utilizada nas práticas sociais. Desta forma se “alfabetiza  letrando”, fazendo assim com que haja articulação entre os dois processos de aprendizagem.

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