segunda-feira, 7 de novembro de 2011

EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS


imagem extraída de : pedagogiaaopedaletra.com

RELATO DE EX - ALUNA MARIA VANDERLY ALVES

POR: ROSIANE CASTRO

         Vanderly diz que veio com o esposo e seu filho de um ano em 1992 do Ceará para São Paulo. Estudou até a 4º série em Fortaleza.
Apesar de seu esposo dizer que ela não precisava trabalhar, Vanderly tinha um grande desejo de cuidar de idosos e principalmente de ter sua independência financeira. Por ser muito religiosa, tinha amizade com o padre da igreja que frequentava, e o mesmo lhe ofereceu trabalho numa casa de repouso. Ao chegar lá, a diretora da instituição disse que era obrigatória a conclusão do ensino médio (no mínimo) para que fosse contratada. Segundo Vanderly: “Naquele momento me senti uma inútil. Pensei comigo mesma, eu queria tanto ficar perto das avózinhas e dos avôzinhos. Meu sonho é esse, e vou correr atrás do meu objetivo”. A ex-aluna diz que o próprio padre que lhe falou sobre o trabalho, lhe apresentou a EJA. Ela ficou muito interessada e decidiu voltar a estudar.
Vanderly diz que só tem boas lembranças sobre a escola em que estudou. Segundo ela: “A escola me proporcionou momentos maravilhosos que não esquecerei nunca mais. Foi como se me ensinassem a andar. Fiz amizades que levarei para o resto da vida”.
Questiono Vanderly sobre como era a relação entre professor-aluno e a relação entre alunos. A mesma diz: ”Os professores estavam dispostos a nos ajudar o tempo todo. Faziam com que a aula fosse dinâmica, uma aula nunca era igual à outra. Traziam assuntos novos, que trabalhavam nosso cotidiano. Os professores nos colocavam em duplas, as quais chamavam de duplas produtivas. Eu sempre sentava com alguém mais jovem. Apesar de na minha classe ter alunos de idades super distantes, desde um rapaz com 20 anos até o mais velho que tinha 70, os alunos mais jovens sempre nos ajudavam e os professores faziam com que houvesse uma interação legal entre a gente. Éramos uma verdadeira família”. Vanderly evidencia ainda que uma das frases que mais lhe emocionou, foi um dia em que uma senhora de 65 anos lhe disse: “Estou tão feliz, agora já sei assinar o meu nome”.
Segundo Vanderly, voltar a estudar foi uma realização de um sonho. “Hoje realmente me sinto inclusa na sociedade! Tenho mais facilidade em conversar com meu filho sobre assuntos da atualidade. E até hoje falo com meus professores e amigos pela internet.”
Hoje aos 46 anos, Vanderly é técnica de enfermagem e está cursando nível superior. Segundo ela: “Quero ser enfermeira, para continuar cuidando dos meus velhinhos”.

           


















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